Fogos de artifício

 

Sacanagem, sim, que é bom. É bom ouvir besteira no ouvido, coisa suja mesmo. Suja, no sentido de melecada, molharada, porra, cacete, vulva, pinto, buceta, mel, gosma, dentro, fora, lambe, põe, enfia, mete. Verbos, substantivos, adjetivos: todos trepando, sem regras gramaticais, mas sem pudores.

E nesse frio, é fácil saber o quanto te quero. Porque você encosta e eu nunca mais quero sair do quarteirão que vai do teu umbigo até tuas coxas. Mordiscar, beijar, sugar, brincar. Tudo protegido pela coberta, o que me deixa ainda mais desinibido passeando tato, olfato, paladar.

Já te disse que sonho com teu sexo? Sonho. Fecho os olhos e percebo a fenda, a malha, a tez, a cor, o sabor. Me deixa morar aqui, viver aqui, foder aqui. Nesse frio é bom me esquentar em você, teu quadril, enamorar tua barriga, descobrir tuas laterais, costas, arranha pele, põe língua no bico do teu seio. Te apertar. E ir se encaixando, como quem completa quebra-cabeça, como quem alimenta a sede, como quem fomenta saliva, gozo, lubrifica.

E desse frio, no beijo, lábios, vorazes, sagazes, contumazes. Pé com pé, joelhos se adaptando, peles se alcançando, proximidades, calores, me abraça forte, o pênis vira pinto, a vulva vira buceta, o sexo vira fornicação e estou dentro de você, como que rasga, como que engole, como que chama, clama, suplica.

E explode.


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